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  • Rodrigo Kallas & Elson Teixeira

Conhecimento e inteligência, usa quem quer e obedece quem não tem juízo

Atualizado: 15 de jan.

Por: Rodrigo Kallas e Elson Teixeira


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O tema para muitos é polêmico e esbarra na forma de educação e cultura que a pessoa recebeu. Porém, conhecimento e inteligência devem permitir que não sejamos escravos de tudo que nos foi dito como verdades imutáveis e intransponíveis. Como já disse Raul Seixas: “prefiro ser essa metamorfose ambulante”. E não é que ele tinha razão?


Espero que CURTA e sirva de inspiração para sua semana.


O “saber social” pode ser dividido em dois grandes grupos:


— O preconizado pelo conhecimento científico, e

— O admitido por convenção, também intitulado empírico.

Assim sendo, tudo o que conhecemos é fruto da razão pura ou da “razão fictícia”, se podemos assim chamar as tais convenções admitidas pelas pessoas como verdades naturais.


Algumas coisas que sabemos e que são resultados da razão:


— A Terra é redonda;

— As plantas respiram;

— Os antibióticos combatem as bactérias;

— Os espermatozoides fecundam os óvulos;

— A molécula da água é composta por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio;

— A velocidade da luz é de 300 mil quilômetros por segundo.


Agora vejamos algumas coisas que “sabemos” e que não passam de simples convenções:


— Manga com leite é um veneno;

— Lugar de idoso é dentro de casa;

— Criança não sabe o que está fazendo;

— Cão que ladra não morde;

— Raio não cai duas vezes no mesmo lugar.


É importante observar que, por mais preparados academicamente, nem tudo o que conhecemos está fundamentado na lógica ou no conhecimento científico. Há saberes herdados culturalmente, conhecimentos resultantes de distorções intelectuais, enfim, saberes de todo tipo e que se fundamentam em outras razões que não a científica. Isso não quer dizer, contudo, que esse conjunto de conhecimentos seja desprezível, muito pelo contrário. São eles que ajudam a manter o equilíbrio social, enquanto o pensamento científico não apresenta explicações adequadas para determinados fatos. Desta forma, as crianças vão continuar indo para a cama com medo do bicho-papão enquanto os pais não encontrarem uma alternativa de convencimento mais sensata e eficiente, admitida pela ciência.


O grande desafio dos profissionais de educação é justamente esse: disseminar o conhecimento científico sem provocar um duelo entre as novas ideias e o saber convencional ou empírico. Só que esta missão é muito espinhosa. Que manga com leite não faz mal, você prova em dez minutos. Basta explicar que essa ideia de fazer mal não passa de um folclore. Há relatos que a história começou na época do Brasil colonial, período que compreende os anos de 1530 a 1822, onde o leite era um alimento caro e deveria ser reservado apenas aos senhores de engenho, enquanto a manga era um fruto muito abundante nas fazendas. Por isso, para coibir que os escravos consumissem o leite, os senhores de engenho inventaram essa lenda que perdura até hoje. Se explicar a origem da crendice sobre a ingestão de manga com leite foi fácil, aceitar a hipótese de que liberdade é fundamental para a formação intelectual de um jovem, leva anos. E as razões para isso são muitas, começando pelo desafio de convencer uma mãe a deixar que seus pequenos deem seus primeiros passos sozinhos.


E, sobre o raio não cair no mesmo lugar duas vezes, a ciência explica o que atrái ou repele a carga energética dos raios. De maneira que um mesmo lugar pode ser alvo de raios. E, como curiosidade, houve um guarda florestal que trabalhava no parque Shenandoah National Park, na Virginia, EUA, que foi atingido sete vezes por raios, em diferentes ocasiões. Isto lhe conferiu o apelido de “para-raio” humano. Portanto, podemos usar a razão para explicar muitas coisas e não aceita-las simplesmente, porque é assim que determinadas convenções existem e resistem, apesar de o conhecimento científico provar o contrário. Precisam gerações inteiras para que estas assumam o lugar daquelas.


Vencendo os preconceitos


Podemos afirmar que a “convenção” é o pilar de sustentação do “preconceito”. Na realidade, sempre que a pessoa não tem subsídios sólidos para elaborar um juízo sobre determinada coisa, elabora uma verdade provisória que lhe satisfaça momentaneamente. Aí está materializado o “preconceito”. Visto desta forma, nem sempre os preconceitos são perniciosos. Qualquer um pode ter um preconceito positivo sobre alguma coisa. Podemos constatar esta verdade na época de eleições. A grande maioria das pessoas escolhe seus candidatos por preconceito, quer dizer, embora não conheça bem determinado político, vota nele porque o “preconceituou” bem. Há, contudo, outros preconceitos que são verdadeiros entraves para o progresso, para o crescimento individual e até mesmo para a felicidade das pessoas. E é contra eles que todos devemos nos engajar como combatentes. Em princípio, um preconceito é um prejulgamento cujas bases, nada científicas, não fazem nenhum sentido.


O fator idade


Já que a vida é medida em tempo, os homens resolveram seccioná-la em fases para melhor acompanhar o seu andamento. Assim, tem tempo para aprender a andar, aprender a ler, para iniciar-se no sexo, trabalhar, para se aposentar, etc.


No mundo ocidental, por exemplo, convencionou-se que o tempo para um homem trabalhar começa por volta dos dezenove ou vinte anos de idade e prolonga-se por mais quarenta anos, indo até aos sessenta e cinco anos, em média. Tanto é assim que os modelos de previdência social em muitos países se fundamentam, em tese, nesta convenção. Exatamente por causa desta convenção, o homem com mais de cinquenta anos é visto como alguém que “já deu o que tinha que dar”. Admite-se, também por convenção, que os mais jovens têm mais disposição, mais perspectivas, mais ideais, enquanto os mais velhos já arquivaram os seus sonhos e não esperam muito mais da vida. Como disse, tudo isto é convenção e que não se fundamenta em princípios científicos. Hoje usa-se muito o termo etarismo - ageísmo ou idadismo, como é classificado - nada mais é do que a discriminação por idade. O etarismo atinge qualquer faixa etária, dos mais jovens aos idosos, mas na maior parte do tempo atinge homens e mulheres mais velhos. Muitos jovens são considerados inexperientes somente por causa da idade. Há quem julgue a idade como referência de talento ou experiência. E, se analisarmos a história de alguns gênios da humanidade, vamos verificar que o menos importante é o fator idade. A idade é um referencial importante para muitas coisas, porém não o é quando avaliamos competência, talento, probidade, determinação ou criatividade. Estas condições não são determinadas pela idade do cérebro. Podemos ter jovens incapazes da mesma forma como podemos ter idosos criativos, e vice-versa. O que deve ser avaliado é o potencial do cérebro, o valor da alma, e não quantos anos tem a pessoa em questão.


Muitos talentos são desperdiçados porque são jovens demais ou porque são velhos demais. É difícil entender o critério usado para tanto desperdício, mas há parâmetros para estes absurdos. Todos são fundamentados na ignorância, é claro. Enquanto eles resistirem, vamos continuar vendo coisas como se “aposentar” um cientista aos sessenta e cinco anos, ainda na plenitude do seu vigor intelectual simplesmente porque alguém convencionou que sessenta e cinco anos é idade de parar de trabalhar ou professores com uma fantástica experiência sendo preterido do seu ofício porque determinada instituição acredita que os professores mais novos imprimem uma percepção de modernidade e atualização.



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